quinta-feira, 18 de novembro de 2010

TJ manda a júri popular pais de menina que morreu após ter transfusão de sangue rejeitada pela família





Publicada em 18/11/2010 às 13h11m
O Globo


SÃO PAULO - Por três votos a dois, a 9ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu mandar a júri popular os pais da menina Juliana Bonfim da Silva, de 13 anos. Os pais, que eram Testemunhas de Jeová, foram denunciados por homicídio doloso por não terem autorizado transfusão de sangue na menina.

Segundo o promotor do caso, Nicanor Álvares Júnior, os pais ainda ameaçaram processar os médicos que se dispusessem a realizar a transfusão sem autorização do casal. O advogado do casal, Alberto Zacharias Toron, não foi encontrado para comentar a decisão do TJ. Segundo informações de seu escritório, Toron estava em Brasília nesta quinta e não podia ser encontrado.

Os desembargadores Souza Nery e Nuevo Campos votaram a favor da absolvição do casal, enquanto os desembargadores Roberto Midola, relator do processo, Francisco Bruno e Sérgio Coelho mantiveram a decisão de 1ª instância para mandá-los ao Tribunal do Júri. A família ainda pode recorrer da decisão.

Além do pai, o militar da reserva Hélio Vitória dos Santos, de 68 anos, e da mãe, Ildelir Bonfim de Souza, de 57 anos, é réu no processo José Augusto Faleiros Diniz, de 67 anos, médico, amigo da família e membro do grupo de testemunhas de Jeová.

A menina sofria de anemia falciforme e morreu em 1993 em São Vicente, no litoral paulista. Na denúncia, o Ministério Público ressaltou que os pais recusaram a transfusão mesmo depois de receberem os esclarecimentos dos médicos do hospital.

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