
Sentada à mesa,
pela janela aberta a minha frente assisto a chuva,
forte,
chicoteante.
A goiabeira de copa larga dança em volteios e faz-me relembrar a suavizada euforia de brincar na chuva,
pés descalços espocando poças.
Simplesmente delicioso.
Não escuto nenhum som humano porque a voz da chuva antecipa-se a tudo.
Gosto tanto disso,
dessa espécie de silêncio acolhedor,
pleno de natureza,
um cheiro único,
água e mato e pedras.
Nenhuma voz ferindo a hora,
agredindo a vida,
só a chuva e o vento conferindo ao meu cantinho um ar de retiro nas montanhas.
Telma Monteiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário